Estamos vivendo a alegria pascal, da ressurreição do Senhor e da Sua presença no meio de nós. A Sua presença enche o coração de alegria e de esperança. Papa Francisco, comenta com beleza o Evangelho deste domingo. Eis as suas palavras: «O Evangelho de hoje narra a terceira aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos, nas margens do lago da Galileia, com a descrição da pesca milagrosa (Jo 21, 1-19). A narração é inserida no âmbito da vida diária dos discípulos, que voltaram à sua terra e ao seu trabalho de pescadores depois dos dias perturbadores da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Para eles era difícil compreender o que tinha acontecido. Mas, quando tudo parecia ter terminado, é ainda Jesus quem “procura” de novo os Seus discípulos. É Ele que os vai procurar. Desta vez, encontra-os junto do lago, onde eles passaram a noite nos barcos sem pescar nada. As redes vazias são, num certo sentido, como que o balanço da sua experiência com Jesus: conheceram-No, tinham deixado tudo para O seguir, cheios de esperança… e agora? Sim, tinham-No visto ressuscitado, mas depois pensavam: “Foi embora e deixou-nos… Foi como que um sonho…”.
Mas eis que, ao alvorecer, Jesus Se apresenta na margem do lago; e eles não O reconhecem (v. 4). Àqueles pescadores, cansados e desiludidos, o Senhor diz: “Lançai a rede à direita do barco e achareis” (v. 6). Os discípulos confiaram em Jesus e o resultado foi uma pesca incrivelmente abundante. A este ponto, João, dirigindo-se a Pedro, diz: “É o Senhor!” (v. 7). Imediatamente Pedro lança-se à água e nada até a margem, na direção de Jesus. Naquela exclamação “É o Senhor!”, há todo o entusiasmo da fé pascal, cheia de alegria e de admiração, que contrasta, em grande medida, com a desorientação, o desânimo, o sentido de impotência que se tinham acumulado no ânimo dos discípulos.
A presença de Jesus ressuscitado transforma todas as coisas: a escuridão é vencida pela luz, o trabalho inútil torna-se de novo frutuoso e promissor, o sentido de cansaço e de abandono deixa lugar a um novo impulso e à certeza de que Ele está conosco.
A partir de então, estes mesmos sentimentos animam a Igreja, a Comunidade do Ressuscitado. Todos nós somos a comunidade do Ressuscitado! Se, por vezes, à primeira impressão, pode parecer que as trevas do mal e a fadiga do dia a dia têm a supremacia, a Igreja sabe, com certeza, que, sobre os seguem o Senhor Jesus, já resplandece a luz da Páscoa que não conhece ocaso. O grande anúncio da Ressurreição infunde nos corações dos crentes uma alegria íntima e uma esperança invencível.
Verdadeiramente Cristo ressuscitou! Também hoje a Igreja continua a fazer ressoar este anúncio jubiloso: a alegria e a esperança continuam a escorrer nos corações, nos rostos, nos gestos, nas palavras. Todos nós, cristãos, estamos chamados a comunicar esta mensagem de ressurreição a quantos encontramos, sobretudo a quem sofre, aos que estão sozinhos, a quantos se encontram em condições precárias, aos doentes, aos refugiados, aos marginalizados. A todos façamos chegar um raio da luz de Cristo ressuscitado, um sinal do Seu poder misericordioso». (Regina Coeli de 10 de abril de 2016)
Cardeal Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília